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![]() roniwalter jatobá |
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Adeus, poeta! Nascido no bairro de Santo Antônio, em Campina Grande, na Paraíba, Arnaldo publicou livros como a Rosa da
Recusa, de 1979, e foi parceiro do compositor baiano Gereba em muitos títulos musicais, como “Forró da Baronesa”,
“Nas asas do Velho Chico” e “Arrasta-pé da Fiel”. Seu último trabalho na música foi justamente um
frevo em torno do aniversário de São Paulo. Sobrevivia como funcionário da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) da prefeitura
de São Paulo. Conheci Arnaldo Xavier em meados dos anos 70, nos bares paulistanos, em plena ditadura militar. De lá para
cá fomos amigos inseparáveis, unidos, sobretudo pela literatura e atuações em defesa da democracia e da igualdade social no
país. Com o também poeta Aristides Klafke e Arnaldo fundamos as Edições Pindaíba, uma editora marginal que editou
inúmeros artistas. Uma das últimas publicações foi a antologia Contralamúria, de 1994. Com 382 páginas e reunindo 73 autores,
era uma sincera homenagem ao afeto. À festa. À alegria. Era, em suma, uma salada mista e ecumênica para comemorar os vintes
anos da editora. Com a sua morte, ficou, no entanto, um projeto que um dia sonhávamos fazer. Era uma antologia que iria reunir
diversos escritores contando como viram São Paulo pela primeira vez. Arnaldo me mostrou suas
primeiras anotações: “Era fim de outubro, 1969. Vista ao longe da rodovia Anhanguera, a cidade estava encoberta por uma neblina
reluzente e nervosa, a garoa? As silhuetas compostas pelos prédios configuravam São Paulo, como a boca de um gigante, cujos
dentes ameaçavam morder rubras nuvens dispersas ante os primeiros e tímidos raios de um sol de quase dezembro. Lá estava São
Paulo, gigante deitado sobre o planalto de Piratininga, molhando os pés enfumaçados ora em Cananéia, ora em Itanhaém, ora
em Ilhabela. Diante daquele primeiro olhar, a enorme boca foi pouco a pouco se traduzindo em ruas, avenidas, pontes e viadutos.
Ali estava, flácido e sujo, o rio Tietê, expondo as fraturas de seu destino de locomotiva e de promessa de dias melhores”. Nosso grupo Pindaíba perdeu um poeta – e amigo. Segundo seu conterrâneo, o escritor e jornalista paraibano
José Nêumanne Pinto, Arnaldo morreu fazendo aquilo que mais gostava de fazer na vida: escrever. Foi enterrado num lugar onde
escolheu em vida: no cemitério da Consolação, onde repousam os restos mortais de um batalhador que ele admirava, o jornalista
abolicionista Luiz Gama. |
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casa pyndahýba ® |
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